O que é a segurança da cadeia de suprimentos de software?
Esta é uma prática essencial para evitar ações de agentes mal-intencionados com foco na proteção dos ativos digitais de uma organização contra ameaças cibernéticas para reduzir as vulnerabilidades originadas por terceiros, software de código aberto e serviços em nuvem.
O conjunto de pessoas, processos e tecnologias empregados desde a fabricação até a entrega de produtos ao cliente final, conhecido como cadeia de suprimentos (supply chain, em inglês), passou por mudanças significativas com a Transformação Digital. Entre elas, pode-se citar a inclusão de softwares em todas as etapas para agilizar o processamento e a troca de informações entre os fornecedores e parceiros.
Sendo o ERP (sistema de planejamento de recursos empresariais) o mais utilizado neste segmento e que foi substituído para o SCM (sistemas de gerenciamento de cadeia de suprimentos), integrando os recursos em uma única tela.
A junção desses elementos expandiu a superfície de ataque às organizações, principalmente com o desenvolvimento e implantação de aplicativos e serviços digitais, originando a cadeia de suprimentos de software.
O que é a cadeia de suprimentos de software e por que a segurança é um fator crítico?
Esta é a área da cadeia de suprimentos referente ao desenvolvimento e implantação de aplicativos ou serviços digitais.
Ou seja, ela engloba diversos componentes, entre eles:
- Software empresarial comercial e de código aberto;
- Serviços em nuvem, incluindo software como serviço (SaaS), provedores de plataforma como serviço (PaaS) e infraestrutura como serviço (IaaS);
- Fornecedores, vendedores e contratados que prestam serviços, como gerenciamento de TI e dados, desenvolvimento de software, e segurança cibernética.
Como a força de toda a cadeia de suprimentos é definida por sua parte mais fraca, ignorar as práticas recomendadas de segurança (como reutilização de senha ou falta de mecanismos de autenticação adequados) significa que o agente malicioso pode obter acesso a sistemas com maior impacto na exposição. (Trend Micro)
Tanto é que Mark Atwood, vice-presidente de pesquisa em cadeia de suprimentos do Gartner, afirmou que todo o sistema é um alvo de cibercriminosos: “desde o cliente final de uma organização aos provedores de software e fornecedores”.
Por isso, a segurança deve ser reforçada e visar a proteção de ativos digitais com o objetivo de reduzir as vulnerabilidades originadas por terceiros, softwares de código aberto e serviços em nuvem.
Proteger a cadeia de suprimentos de software é uma prática essencial para eliminar as brechas de ataques cibernéticos à uma organização.
Dentre elas, a falta de visibilidade de toda a cadeia de suprimentos expõe as vulnerabilidades que se escondem nos sistemas utilizados tanto pelas empresas quanto pelos fornecedores.
De acordo com a Tanium, os ataques à cadeia de suprimentos de software envolvem a exploração de uma vulnerabilidade de segurança em um ou mais parceiros e fornecedores de software terceirizados confiáveis de uma organização.
Assim, os invasores aproveitam-se das soluções para invadir a infraestrutura de TI. Uma vez que os terceiros receberam acesso à rede, aos aplicativos e aos dados de uma organização, os agentes mal-intencionados as utilizam para chegar às áreas mais sensíveis de uma rede corporativa e roubar ativos de alto valor ou assumir o controle de sistemas críticos.
Aumento de ataque à cadeia de suprimentos de software e como proteger a sua empresa
Os registros de ataques às cadeias de suprimentos de software cresceu 300% em 2021 em comparação ao mesmo período de 2020. As principais motivações são as vulnerabilidades do código aberto e a integração deles, bem como o processo e a confiança dos fornecedores de software.
Isso porque as empresas, principalmente as grandes, utilizam-se de muitas aplicações no dia a dia e não conseguem controlar todas as brechas.
Segundo o Relatório de Segurança de Código Aberto, um aplicativo médio contém 118 bibliotecas de programação ou coleções de códigos pré-escritos, que são utilizados pelos desenvolvedores para automatizar tarefas.
Ativamente são usadas apenas 38% delas, que podem ser invadidas com a tentativa de códigos maliciosos aplicados pelos cibercriminosos.
Outro ponto que merece destaque é o Java, que tem uma média de 50 vulnerabilidades de biblioteca de código aberto, criando uma chance em seis do que pode ser explorado pelos invasores. No fim de 2021 e início de 2022, o Log4j foi uma campanha que atingiu milhares de empresas em todo o mundo, causando prejuízos milionários.
Para manter a segurança da cadeia de suprimentos de softwares, é recomendado ter equipes de DevOps disponíveis para implementar a automação da segurança nos processos de desenvolvimento dos sistemas, com a adoção de novas soluções de segurança projetadas para proteger o processo de desenvolvimento e também validar o que é proveniente de fornecedores terceiros.
Outro ponto que complementa esse programa são as ferramentas que dão visibilidade completa de todos os softwares utilizados, para que as empresas sejam capazes de diminuir as brechas e ampliar a segurança.