Inteligência Artificial: qual é a relação entre automação e segurança?
O surgimento de novas ferramentas de Inteligência Artificial tem aumentado os perímetros corporativos e as potenciais vulnerabilidades dos sistemas. Para que a segurança não seja prejudicada, os times de TI e cibersegurança devem seguir novos processos e contar com soluções atualizadas neste gerenciamento.
A Inteligência Artificial (IA) ocupa a segunda posição do ranking das dez tecnologias que vão transformar a economia global até 2025, de acordo com o The McKinsey Global Institute. Sabendo do seu potencial de mudar a forma como as empresas se relacionam e reorganizar ordens de valores corporativos, fica a pergunta: como automação e segurança se relacionam?
O primeiro passo é entender que um dos objetivos principais da IA é adicionar o aprendizado de máquina e as interfaces de usuário, como a tecnologia de reconhecimento de fala e gestos, para aumentar a produtividade no ambiente corporativo.
Ao mesmo tempo que se ganha tempo e se reduz os erros dos processos, é preciso estar atento à evolução dessas ferramentas, uma vez que os avanços tecnológicos também elevam a vulnerabilidade dos sistemas.
Segundo a Pesquisa do Conselho de Admisnistração do Gartner em 2022, 88% dos conselhos consideram a segurança cibernética como um risco comercial. E, com os avanços da tecnologia, essa preocupação aumenta, já que os agentes mal-intencionados também aperfeiçoam suas atuações.
Para se ter ideia, o custo médio das violações de dados em todo o mundo em 2022 foi de US$ 4,35 milhões, de acordo com um relatório da IBM, já que o tempo para detecção e resposta foi prolongado.
Ainda segundo o estudo, as empresas que tinham um programa de IA implantado, isto é, que uniram automação e segurança, economizaram US$ 3,05 milhões devido à rápida detecção e tempo de resposta às ameaças.
“A IA com automação para segurança pode gerar insights significativos, enriquecidos pelo contexto e dados históricos e, em seguida, facilitar uma maior coordenação e colaboração com parceiros dentro e fora da organização. Isso libera recursos qualificados para investigar ameaças antes que elas possam amadurecer.” (IBM)
Diante desses números, o que se observa é que as organizações que conseguem evoluir e utilizar as técnicas de IA também na segurança, ganham maior vantagem competitiva e reduzem os prejuízos.
A relação entre automação e segurança
Contar com a Inteligência Artificial na área de cibesegurança é ter ferramentas avançadas para combater os ataques ao detectar e bloquear as ameaças de forma imediata.
Diferentemente das técnicas tradicionais, a IA impede novas ações usando sistemas autônomos e padrões de aprendizado, ainda mais com a sofisticação dos ataques e com os métodos tradicionais podendo falhar diante de uma atividade hacker. É nesse momento que a IA atua para ampliar o escopo da detecção e aumentar a segurança.
O que os times de segurança de informação devem considerar nesse processo
O primeiro passo é estar em constante evolução tecnológica. Isso porque, na medida que as tecnologias avançam, os grupos de cibercriminosos também utilizam as ferramentas para rebuscar seus ataques.
Além disso, as demais áreas das companhias estão em busca de atualização e começam a implementar novos sistemas e ferramentas, que podem não estar sob domínio do time de segurança, aumentando as chances de ataques cibernéticos.
Por isso, a principal recomendação é que haja integração entre as áreas de tecnologia, segurança e negócios em todos esses processos, bem como a criação de um playbook que deve ser seguido pela equipe de cibersegurança caso a caso.
Contar com esse passo a passo auxilia na melhor gestão e ação em diferentes cenários, mitigando riscos e aumentando a proteção da corporação.
Veja, a seguir, quais são as cinco principais temáticas que devem ser consideradas quando se trata de automação e segurança:
- DevSecOps: a sigla resume desenvolvimento, segurança e operações e dita um novo modelo de se desenvolver sistemas e aplicações, que é incluindo a segurança desde o dia 0. A partir dessa integração, as camadas de proteção são ampliadas, há conformidade e os times de segurança têm visibilidade integral para acompanhar e deter potenciais ameaças.
- Gerenciamento de infraestrutura como código: conhecida como IaC, permite que a infraestrutura seja gerenciada por meio de código, e não por processos manuais. Ela engloba tanto os dispositivos de hardware quanto sistemas operacionais, automatizando o monitoramento e emitindo alertas em tempo real caso algo saia do controle.
- Gestão de identidade: o acesso aos ambientes corporativos já é feito com o apoio da IA, principalmente com a leitura de digital ou até mesmo da íris ocular. Entretanto, outro ponto que deve ser considerado é o grau de privilégio que esse usuário terá. Uma vez que nem todos os colaboradores precisam ter acesso à todas as áreas, criar esse bloqueio de acesso limita o perímetro e, caso aconteça um ataque, o agente mal-intencionado tem sua superfície de ataque reduzida.
- Plataforma de endpoint: baseada na nuvem, ela concentra e conecta todos os endpoints de uma companhia em uma única tela. Com isso, os times ganham visibilidade completa para monitorar e agir em tempo real quando uma ameaça é identificada.
O mercado de IA deve atingir o valor de US$ 500 bilhões até 2025, segundo a Forbes. À medida que as empresas passam a investir nas novas tecnologias e elas são interligadas, a automação e a segurança passam a ser fundamentais para proteger os ambientes corporativos, principalmente a partir de produtos de segurança cibernética inovadores e orientados por IA que detém os ataques sob um piscar das luzes.